Axé eletrizante
Ricardo Chaves promete, em seus shows, ser trilha sonora de momentos alegres na vida das pessoas
25/7/2010
Ao completar 29 anos de carreira, Ricardo Chaves conversa com o Zoeira sobre mais uma participação no Fortal e relembra momentos importantes: desde a época em que era vocalista de uma banda de garagem, ao auge em micaretas e à relação com o público
Muitas são as lembranças que Ricardo Chaves guarda do Fortal, tanto da época em que o evento ainda era na avenida Beira-Mar, como das edições mais recentes, em circuito indoor. Na verdade, o baiano está ligado à origem de vários carnavais fora de época do país. Além do Fortal, ele assistiu a evolução do Carnatal, Recifolia, dentre outros.
Mas nem sempre o cantor soube que era de axé music que iria viver. Em 1981, quando entrava na Faculdade de Administração de Empresas, pretendia concluir o curso (o que fez), mas logo seguir para o eixo Rio-São Paulo para viver de música. Afinal, o axé não havia estourado ainda na Bahia. Mal sabia ele que, em pouco tempo, começaria sua carreira na banda Pinel e logo seria considerado um dos maiores puxadores de blocos de trio do País.
Hoje, comemorando 29 anos de carreira, mostra-se comedido e não costuma prometer demais. "Meu lema sempre foi pouco papo e muito som. Não gosto de falar quando estou no palco. Minha proposta é ser trilha sonora de momentos alegres na vida das pessoas", garante.
Para o Fortal, Ricardo prometeu experimentar músicas inéditas e, lógico, os sucessos como "O bicho", "Sereia da Areia" e "Acabou".
Ontem, o cantor fez uma passagem rápida na avenida, com o trio folia, antes da apresentação dos blocos oficiais. Hoje, último dia do evento, ele faz a apresentação derradeira da Arena Night Power. E como é tocar na noite de encerramento, ainda mais sabendo que amanhã é segunda e a ressaca há de ser grande?
"Tenho muito prazer em promover alegria principalmente para aquelas pessoas que trabalharam no evento, estão com aquela sensação de dever cumprido e, finalmente, podem extravasar um pouco. Eu diria que aqueles que vão ao show de encerramento não vão acordar no outro dia para trabalhar. Se forem, vão dali direto para o local de trabalho. Claro que existe essa limitação por conta do dia seguinte, mas, ao mesmo tempo, as pessoas que ficam são as que estão realmente a fim de se divertir ".
Influência do rock
Sempre acompanhado pela guitarra, o músico não esconde a admiração que sente pelo rock n´ roll. No início dos anos 80, após um tempo na banda Pinel, Ricardo participou do grupo de rock Cabo de Guerra, um dos mais influentes de Salvador. "Eu comecei no rock, na verdade, com uma banda de garagem. Era a ´Fim da picada´. Éramos todos garotos, tínhamos por volta de 15 anos na época. Passamos dois anos brincando e participando de festivais intercolegiais. Mas era algo totalmente amador", recorda aos risos.
A Cabo de Guerra veio depois, inclusive com a oportunidade de gravar um disco em São Paulo. "O rock marcou um momento importante na minha vida. Até hoje eu uso a figura da guitarra com distorções nas minhas músicas, sejam elas samba reggaes ou frevos. Ainda gosto muito de rock, embora tenha parado um pouco no tempo e prefira os clássicos", explica.
Relembrando outra influência em quase três décadas de carreira, Ricardo ressalta a passagem pelo bloco Eva que, coincidentemente, comemora agora 30 anos. "O Eva foi o bloco mais importante na minha formação musical porque marcou a passagem do amadorismo para o profissionalismo (o cantor permaneceu no Eva de 1988 a 1992). Os holofotes já estavam começando a se virar para mim. Os cachês começaram a aumentar. As cobranças também. Sou muito grato por essa época", define.
MAIS INFORMAÇÕES
Veja vídeo com Ricardo Chaves em http://diariodonordeste.com.br/zoeira O cantor é destaque na Arena. O Fortal segue, até hoje, na Cidade Fortal (acesso pela Av. Aldy Mentor). Confira a programação no Roteiro (p.18)
(3261.4050).
Ticiana de Castro
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