segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010





O Bicho vai pegar!

Considerado pelo público um dos melhores puxadores de Trio Elétrico do Carnaval da Bahia, Ricardo Chaves fala para os internautas do Bahia Notícias sobre 2010, seus projetos, Carnaval, Camarote, Bicho, DVD e Família. Confiram!

MG – Ricardo Chaves com muitos anos de carreira! Como não podemos viver de ontem, fale para nós do Ricardo Chaves de hoje, os projetos para 2010.

RC – O carnaval desse ano é muito importante para nós por estarmos comemorando os 60 anos de trio e os 25 de Axé Music. Eu sou um dos que participou do início desse movimento que mudou a cara do carnaval de Salvador através da música. O Axé Music talvez tenha sido o gênero mais massacrado pela mídia do país, que sempre decretou o seu fim. Para 2010 pretendo continuar representando minha cultura, meu estado e minha cidade, fazendo música para que daqui a 25 anos estejamos comemorando bodas de ouro do movimento que tem sido a trilha sonora de momentos alegres na vida de muita gente. E isso se inicia nesse carnaval, quando mais uma vez estarei no comando do bloco Bicho.


MG – Você tem um Camarote no carnaval que fica em Ondina. Me fale dos sócios, das novidades. Nos fale sobre o camarote.

RC – Comecei a fazer o camarote em 2002, quando assumi o Crocodilo no circuito Barra/Ondina. Esse circuito ficou marcado pelo surgimento de camarotes que oferecem uma alternativa a pessoas que gostam da festa, mas que não tem o pique de enfrentar a rua. No início, era só para convidados, mas como cresceu, ficou inviável. Hoje, o Camarote Ondina é projetado para receber 1700 pessoas por noite, de sexta a terça. Quem comprar a camisa terá direito a um espaço privilegiado, com direito a comida e bebida à vontade, segurança e a chance de ver o desfile dos blocos no melhor lugar da Ondina.


MG – O Bicho é sua marca registrada e seu Bloco. Cada ano você vem com uma atração diferente. Esse ano com Parangolé, o Bicho vai pegar?

RC - Será o terceiro carnaval do Bicho em Salvador. Esse bloco surgiu há 18 anos, em Natal, por conta da música que tem o mesmo nome. Resolvi trazer para cá como uma forma de homenagear uma cidade que sempre recebe a música baiana muito bem e a mim em especial. A proposta é que eu cante dois dias e, no terceiro, convido outro artista. No primeiro ano, trouxe uma cantora de lá para fazer um dia. Thábata fez o domingo. No ano passado, Alexandre Peixe fez a terça e esse ano, também na terça, o Parangolé vai fazer a galera dançar o Rebolation. Sem dúvida, o Bicho vai pegar!


MG – Todos falam que você gosta muito do Rio Grande do Norte. Nos fale um pouco da relação entre o CARNATAL e Ricardo Chaves:

RC – Realmente adoro tocar lá. Como disse antes, há 18 anos eu puxo o mesmo bloco no Carnatal, que foi uma dos primeiros carnavais fora de época do Brasil e é hoje, junto com o Precajú, o único que mantém o formato de rua. As outras micaretas viraram o que se chama "indoor", que são festas completamente diferentes. Gravei o meu DVD durante o Carnatal como uma forma de agradecer a tudo que o evento fez e faz pela música de trio. É, sem dúvida, fundamental na manutenção desse formato de festa. Gravei no trio também pelo fato desse ano estarem sendo comemorados os 60 anos do surgimento do melhor palco para se tocar a nossa música. Sem o trio nada disso teria acontecido e eu tentei registrar o mais fielmente possível a loucura e o astral que é uma puxada de bloco.


MG – Você acabou de lançar um DVD com participações bastante especiais. Qual a proposta deste DVD, o que seu público encontra nele?

RC – Além do que disse anteriormente sobre o trio, a intenção é também mostrar um bloco que eu defino como um estado de espírito, pois ainda mantém a magia dos blocos nos quais as pessoas saem os três dias, uma coisa cada vez mais difícil nos dias de hoje. Além da parte gravada no Carnatal, tem uma outra que foi feita em um estúdio onde ou canto quatro músicas minhas que contam com arranjos escritos para orquestra e participações especiais. Gal Costa, Denny, Margareth, Léo Maia e Fernanda Farani são meus convidados nessa minha viagem que funde o sinfônico com os tambores.


MG – Você sempre teve fama de “bom moço”, bom músico, bom marido, bom pai, bom amigo... Onde Ricardo chaves não é bom? Essa fama ajuda ou atrapalha?


RC – Essas "famas" são sempre uma faca de dois gumes. Primeiro, quero deixar claro que existem muitas coisas em que eu não sou bom. Das que você se refere na pergunta, bom marido, bom pai e bom amigo, garanto que não são fama, são verdades que, infelizmente, estão cada vez mais raras e me orgulho muito delas. No mundo em que vivemos, está existindo uma inversão de valores, é como se ser correto fosse fora de moda. Isso me preocupa, mas não faz com que eu mude minha forma de ser. Agir corretamente, por vezes, realmente dificulta as coisas, mas não saberia fazer de outra maneira.


MG - Como fica a família com tantas viagens e tantos projetos? Você divide bem esse tempo?

RC - Saudosa é claro. A profissão que eu escolhi, muitas vezes, faz com que eu esteja ausente em momentos especiais e isso é chato. Não poder estar junto da família em aniversários, festas, enterros, nascimentos é realmente complicado. Tento ser o mais presente possível quando estou em Salvador. Levo e pego os filhos na escola, ajudo nas atividades e tento ficar o máximo de tempo possível na companhia de minha família e meus amigos que sei que sempre estarão comigo em qualquer situação em que eu me encontre.


MG – Algum de seus filhos tem veia artística? Seguirão os seus passos?

RC- Não tento forçar nada. Eles adoram ir aos shows e adoram música. Minha filha tem jeito, já toca umas coisinhas, o tempo dirá. O menino é bom de bola.


MG – Como está sendo o Verão de Ricardo Chaves?

RC – Preparativos para o carnaval, shows, ensaios, o verão é sempre uma correria.


MG – Além da família, da música, dos amigos o que Ricardo Chaves mais gosta?

RC - Todas as outras coisas que eu possa dizer estarão ligadas a pelo menos uma dessas três opções.


FONTE: http://www.bahianoticias.com.br/entretenimento/noticia_entrevista.html#

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